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Uma viagem no pais da pintura

Gostei de passar muito tempo a olhar as obras de Claude Monet, especialmente as que foram pintadas depois de 1898. Eu imaginei-as figurativas ou abstratas. Eu vi-as como um jogo de cores, uma improvisação de cores. Claude Monet desperto em mim a opção de poder brincar com as cores.

A visita a uma grande exposição de arte aborígene, em Bruxelas, ativou o meu subconsciente e surpreendeu-me. Estou a conectar-me a algo? Ela faze-me sonhar, mas provavelmente não é o sonho australiano, mas a minha mente pode flutuar lá.

Normalmente em exposições, posso ficar e ver as obras; minha imaginação começa a falar; o coração começa a sentir.

Fiz um curso de história da arte sobre o início do renascimento, e os vários discursos teóricos ocidentais sobre a arte ensinaram-me que em nenhum caso poderiam ser considerados como receitas de produção de arte: fazer uma análise teórica de uma obra nunca permitirá  que produza um igual!

Adoro visitar as retrospectivas de pintores, como por exemplo Cézanne ou Munch. Da-me a  oportunidade de fazer uma viagem. Numa exposição-retrospectiva, ao mergulhar nas obras, aparecem elos de ligações, constrói-se uma história. Da mesma forma que não se pode compreender "Le coté de chez Swann" sem ter lido o último volume, da mesma forma só comecei a apreciar a retrospectiva de um pintor depois de ter visto toda a exposição e observando-a de de "frente para trás" e "ts para a frente". O estudo da literatura ensinou-me a reformular uma criação dentro da totalidade da obra de um artista.

Estou profundamente marcado pelo olhar de Jung. Interprete uma obra como um sonho.

Então, descobri que poderia passar muitas horas sem tédio pensando em pintura e pintando. Foi o suficiente para continuar.

Algumas etapas

2020     mudo-me para o Porto - Portugal

2019     Exposição Paris - Wolff e Decourtis - Galerie Vivienne

2018     Segunda exposição no Rio de Janeiro

2017     Primeira exposição no Rio de Janeiro Brasil

2002     Mudo-me para o Rio de Janeiro - leciono Kinomichi -                         Contato com as cores brasileiras

2002     Tese de doutorado sobre o "significado dos orçamentos no               mundo empresarial"

2001     Nasce o meu segundo filho: Guido. para onde ele vai me                 levar?

2000     Nasce o meu primeiro filho: Gabriel. O que ele está                           anunciando para mim?

1988     Faço visitas sem fim às Galerias do Soho - N.Y.

1985     Graduação em Matemática pela Escola Politécnica de                     Zurique

1980     Mudo-me para Zurique, cidade de Carl Jung e Albert                       Einstein, não muito longe da cidade de Berna de Paul Klee

1961     vivo a infância em França, Paris

Disciplinar e libertar

A ideia de mandalas anarquistas é inseparável da minha forma de pintar. Portanto, é necessário compreender este processo.

Quando comecei a pintar ainda me dispersava para fazer qualquer coisa. Não me queria submeter a um cânone clássico ou contemporâneo. Que objeto visual, que conceito eu transformaria pela repetição e variação. 

A iconografia reduzida e simples de Keith Haring inspirou-me a fazer uma escolha parca de símbolos que serão a base do meu trabalho. É na repetição e variação de alguns elementos que se esconde um dos mistérios da minha criação.

Numa tela minha, cada símbolo tem a sua própria cor, por exemplo, todos os círculos serão vermelhos. Esta regra precisa ser estrita, caso contrário não pode oferecer variações e exceções.

No início, pintei em telas brancas. Neste processo, o branco fica coberto de cores, eliminando a luz e sugerindo uma viagem à escuridão. Eu rejeitei esta ideia. Uma mudança surgiu: pintar em telas pretas. Neste novo processo a pincelada é um vetor de luz, de vida. é possível experimentar, iniciar com telas coloridas. A tela inicial de cor provoca um jogo entre as cores. A cor da tela gira em torno de uma ciranda de cores. Iniciar com um tela branca ou preta é um convite forte para a dualidade do preto e do branco.

Normalmente, faço duas telas no mesmo tempo: coloridas ou pretas. A minha mente busca um começo, uma cor, um padrão?  Costumo usar a mesma cor para ambas as telas, mas com um padrão diferente para cada tela. Muito raramente tenho ideia do que fazer a seguir. Não me lembro de imaginar as telas acabadas quando as estava iniciando. Olho para as telas até que  a sequência se firmar. De repente a minha imaginação deixa aparecer outros padrões com outras cores .

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